Assembleia Legislativa terá audiência para debater crise na mandiocultura.

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul realizará audiência pública para debater a crise no setor da mandiocultura, dia 7 de maio, às 14h, no plenário Deputado Júlio Maia. Este foi o principal encaminhamento da primeira reunião do ano da Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira da Casa de Leis, realizada na tarde desta quarta-feira (15). O encontro contou com a presença dos deputados estaduais Marcio Fernandes (PTdoB), presidente da comissão, João Grandão (PT), vice-presidente, Beto Pereira (PDT), Renato Câmara (PMDB) e Angelo Guerreiro (PSDB), membros do grupo de trabalho, além do deputado Eduardo Rocha (PMDB), prefeitos e representantes do Governo do Estado e dos produtores.
 
“Vamos convidar os superintendentes do Banco do Brasil e do Sicredi, bem como demais autoridades, para, juntos, debatermos medidas urgentes para resolver a crise no setor, aperfeiçoar a legislação e auxiliar os produtores”, afirmou Marcio Fernandes. Atualmente, os custos de produção praticamente inviabilizam o negócio, na avaliação dos produtores. As fecularias pagam, em média, R$ 150,00 por tonelada da fécula de mandioca, enquanto o custo de produção está em aproximadamente R$ 210,00. 
 
O produtor da região de Ivinhema, Osvaldo Cardogna, disse que a crise é considerada a mais grave já registrada no setor. “Não temos armazém para guardar a fécula, não temos estrutura, e precisamos mais do que nunca do apoio da classe política”, ressaltou. Segundo ele, os produtores em melhores condições são os que agregaram valor, passando a produzir tapioca, goma e outros subprodutos. Cardogna também é presidente da Associação dos Produtores de Mandioca de MS, que reúne 600 produtores. O secretário de Agricultura de Ivinhema, José Corte Real, que também é produtor, defendeu a ampliação da adição da fécula de mandioca à farinha de trigo e a redução dos custos de produção. “Hoje, nossos custos são muito altos, temos que melhorar isso e lembrar que 70% da farinha de trigo é importada da nossa vizinha Argentina, enquanto que a fécula é um produto 100% nacional”, afirmou.
O secretário-adjunto da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), Jader Afonso, disse que “o maior problema é o cenário econômico”. Segundo ele, o Governo do Estado está sensibilizado com a situação dos produtores e estará a postos para auxiliá-los. Segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área plantada de mandioca é superior a 30 mil hectares em Mato Grosso do Sul, o que coloca o Estado como o segundo maior produtor do país. As 20 fecularias em atuação produzem, em média, 130 mil toneladas por ano.
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